No início dos anos 40, os Estados Unidos estavam envolvidos com a Segunda Guerra Mundial e, pelo fato de terem adquirido experiência com a primeira, tentavam a vitória através de uma solução tecnologicamente rápida. Tinha-se vivido praticamente a metade do século 20 na América, o que fez com que o país se tornasse uma terra próspera e cheia de oportunidades em todos os níveis, principalmente no lado científico. Mentes brilhantes como Thomas A. Edson, Nikola Tesla, Emile Kurtenhauer, John Erick von Neumann e Albert Einstein viviam nos EUA. Era a época em que se valorizava a Ciência ao máximo. Afinal, Einstein havia recentemente publicado a Teoria Geral da Relatividade, sua segunda tese sobre o assunto. Inventos e postulados pipocavam por todos os lados através de diversas mentes privilegiadas. Os cientistas eram alçados à categoria de vips pela sociedade da época. Era um tempo em que a pesquisa científica proporcionava o doce sabor de aventurar-se por lugares longínquos e misteriosos.
Em 1943, no intuito de acabar com o conflito mundial o mais rápido possível, os EUA, fazendo uso de seus recursos tecnológicos, organizaram o Projeto Arco-íris, que consistia em criar um campo eletromagnético de alta intensidade em um navio de guerra, que fosse capaz de bloquear as emissões do radar inimigo, tornando-o invisível e indetectável. Esse efeito era baseado num processo conhecido pelo nome de Egaussing: uma idéia simples, porém de difícil execução, apesar da tão decantada capacidade científica daquele período. Foram recrutados diretamente para o projeto o cientista e inventor iugoslavo Nikola Tesla, pai da corrente alternada, e John Erick von Neumann, matemático húngaro, criador mais tarde de um dos primeiros computadores eletrônicos. Tendo Einstein como consultor, o projeto evoluiu com adesão de muitos outros cientistas, tais como Towsend Brown, inventor dos famosos dielétricos.
Após vários testes no ano anterior, quando se conseguiu invisibilidade parcial e total num navio sem tripulação, em 12 de agosto de 1943 o tão esperado teste com tripulação foi realizado no recém construído navio DE 173 Eldridge, um destróier classe Escort, feito especialmente para o experimento. Suas torres de canhões tinham sido adaptadas para acomodar as gigantescas bobinas de Tesla. Com o navio ao mar, no Porto da Filadélfia, deu-se início ao que ficou conhecido através da história como Projeto Filadélfia. Ligou-se os geradores e logo as bobinas - quatro no total - estavam oscilando batimentos de baixa freqüência, porém de alta intensidade. Do navio de observação USS Andrew Furuseth, os oficiais e técnicos a bordo puderam vislumbrar uma névoa verde, fruto da rápida ionização do ar em torno da embarcação, e um som de cascata decorrente da eletricidade estática que varreu as imediações.
Durante alguns minutos, a experiência foi um sucesso. O navio se tornou invisível não só ao radar, mas também a olho nu, com a marca do seu casco impresso nas águas do mar. E a embarcação que oscilava, ora transparente, ora invisível, de repente desapareceu. O que sucedeu a seguir são fatos extraordinários, baseados na narrativa de três homens que supostamente participaram deste fantástico acontecimento. O navio Eldridge - através de intensos campos eletromagnéticos que distorceram o espaço-tempo - ficou quatro horas sumido, sem qualquer contato visual ou de rádio, vindo a materializar-se misteriosamente no Porto de Norfolk, que ficava a quilômetros de distância da Filadélfia. Lá permaneceu por alguns minutos e novamente desapareceu. Quando finalmente o navio retornou ao mencionado porto, seu estado e o da tripulação a bordo eram lamentáveis. A embarcação estava suja e coberta por uma substância não identificada, parecida com fuligem ou uma grossa poeira. Vários de seus mastros se encontravam quebrados, sendo que o principal havia desaparecido. A tripulação estava em estado desesperador.
Contam sobreviventes que vários marinheiros permaneciam com suas roupas em chamas, mutilados e com parte de seus corpos fundidos com o aço do navio. Muitos vomitavam sem parar e estavam no que mais tarde foi chamado de freeze state [Estado de congelamento]. Seus corpos se encontravam instáveis e brilhosos, desaparecendo e reaparecendo continuamente. É óbvio que o governo norte-americano jamais admitiu oficialmente o ocorrido, muito menos os desdobramentos do fato. Mas o que realmente teria acontecido com o navio e sua tripulação? Onde estaria nesse período de quatro horas? A resposta era simples e extremamente complexa ao mesmo tempo, e nos remete ao Projeto Montauk.