O BUDISMO TIBETANO



O Budismo Tibetano tem exercido uma profunda influência sobre o povo Tibetano. O Budismo se espalhou no Tibet no século VII durante a época aurea de vigor e expansão de seu reinado e gradualmene se infiltrou na história, na política, economia, cultura hábitos e costumes do Tibet, para se tornar a religião mais praticada pelos Tibetanos. O Budismo havia se originado a mais de mil anos na fronteira entre Índia e Nepal, a partir das palavras do Asceta Gautama, um nobre de nascimento, a quem seus seguidores chamavam de Buda, "O Iluminado", e também de Sakyamuni, "pertencente à Clan Sakya" (provavelmente 563-480 A.C.) Seus ensinamentos continham as chamadas "Quatro Verdades Nobres" :

1. que o sofrimento (dukkha) era uma parte inevitável da vida; e são eles:

* trauma de nascimento

* doença

* velhice

* medo da aproximação da morte

* ficar separados de quem amamos

* ficar atado ao que odiamos

2. que o sofrimento se origina do desejo (tanha);

3. que a cura para o sofrimento é a remoção do desejo;

4. e que a superação do desejo, e consequentemente do sofrimento, se torna possível seguir o "Caminho das Oito Virtudes" :

loz.gif (861 bytes) Compreensão correta (livre da superstição e desilusão,

através da compreensão das Quatro Verdades Nobres)

loz.gif (861 bytes) Pensamento correto (elevados e úteis da inteligencia humana,

para por a vida num caminho correto)

loz.gif (861 bytes) Fala correta (gentil e verdadeira. Que consiste em:

* Não mentir

* Não criticar os outros injustamente

* Não usar linguagem grosseira

* Não comentar sobre a vida alheia)

loz.gif (861 bytes) Ações corretas (pacíficas, honestas e puras, seguindo os "Cinco Preceitos")

Os Cinco Preceitos:

1. Não matar

2. Não roubar

3. Não mentir

4. Não ser desonesto

5. Não tomar drogas ou beber intoxicantes

loz.gif (861 bytes) Vida correta (não trazendo injúria ou perigo para qualquer ser vivo)

loz.gif (861 bytes) Esforço correto (em auto-treinamento e auto-controle, através da:

* conquista dos pensamentos maléficos

* esforço para se manter os bons pensamentos)

loz.gif (861 bytes) Comprometimento correto (tendo uma mente ativa e alerta)

loz.gif (861 bytes) Concentração correta (em meditação profunda das realidades da

vida, se tornando inteiramente consciente de todos os estados corporais, emocionais e mentais)

Dharma - Ensinamentos de Buda

O progresso espiritual acontece com a sucessão de reencarnações, cuja natureza é governada pela lei do Karma - bons ou maus feitos e suas conseqüências. Moralidade (ação correta) contribuindo para a extinção do karma, a proibição de se tira uma vida, humana ou animal, a proibição de furto e mentira, apreciação à castidade e culto ao amor universal.

Por volta do século III A.C. a comunidade se tornou dividida quanto aos princípios da fé Budista e, se dividiu em vários grupos. Dois mais fundamentais e que permanecem até hoje: o Hinayana - "o Veículo Menor", chamado por seus seguidores de Theravada, "o Caminho dos Antigos"- mais conservador, possivelmente mais próximo dos ensinamentos de seu fundador e que se espalhou mais pelo Sul e Sudeste da Ásia; e o Mahayana - "o Veículo Maior", que se espalhou pelo Norte da Índia, Kashmir, Ásia Central, China, Koreia, Japão- e Tibet.

As diferenças que separam as duas versões da fé Budista são muitas e importantes. Mas, em resumo, nas Escolas Theravada o Buda histórico matém sua posição central, a salvação é definitivamente mais importante do que qualquer outro problema metafísico e, uma pessoa a procura de salvação se empenha em alcançar o estado de Arhat, "o Precioso", o "Não-retornante" que alcançou a benção serena chamada Nirvana através da extinção do Karma. As Escolas Mahayana vê o Buda histórico como uma encarnação primordial de um Buda eterno e cósmico, e há um rico desenvolvimento do pensamento metafísico e uma prodigiosa proliferação de entidades celestiais (Budas eternos e suas emanações, deidades, maiores e menores, protetores da Fé, santos e seus discípulos, anjos, sêres míticos); e o ideal Arhat dá lugar ao ideal Bodhisattva. Um Arhat alcança a salvação e aceita sua beatitude individual; um Bodhisattva, pelo contrário, alcança a iluminação mas adia o recebimento da benção celestial, permanecendo ativamente presente na roda cíclida de morte e renascimento até que todo ser sensciente tenha completamente se libertado do sofrimento.

O Budismo Mahayana denota a existência de cinco grandes eras cósmicas (kalpas) espalhados pelos aeons do tempo. Nós estamos no 4º kalpa. Cada era é presidida por um Buda Celestial, um Bodhisattva Celestial e suas encarnações humanas. Nosso kalpa está sob o auspícios do Buda Supremo Amitabha ou Opame (tib.) e o Bodhisattva Avalokitesvara ou Chenresi (tib.), que significa "Aquele que olha para baixo", e uma encarnação passada desta entidade celestial foi o asceta Gautama. O Dalai Lama é considerado a recente encarnação de Chenresi e o Abade do Mosteiro de Trashilungpo, o Panchen Lama, a encarnação de Opame.